14 de setembro de 2011

Elegia do Leproso aos Homens

Elegia do Leproso aos Homens
por Nada

Eis que me sinto novamente sozinho...
Em minha caverna solitária eu vejo o fogo
Enquanto as sombras dançam na pedra
Tomando a forma de um galho de azevinho

Triste é o silêncio em minha caverna
Só o fogo ri crepitando enquanto morre
Tudo parece condenado ao nada um dia
Mesmo o alento da cerveja na taverna

Já é noite quanto olho pra mim
Nu em chagas sou como todos os homens
Que escondem em peles falsas sua beleza vazia
E negam seu horror com púrpura e carmesim

Sei que entre eles sou apenas um leproso
Terrivelmente parecido com suas almas
Podres e vazias como minha pele verde
Mas isso me deixa ainda mais orgulhoso

Não minto nem me escondo do fato:
Sou um leproso em uma caverna fria
Igual a todos os homens podres de verde
Dos quais o exílio eu sabiamente acato

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