Eis as canções de um Poeta Morto, em homenagem ao momento que agora jaz no oblívio.
Canções de meu santo nome, Nada - nada quem sou, sofrendo nos dias a distância da Amada.
Canções que celebram o sagrado em meu coração: carpe diem, memento mori
12 de novembro de 2012
Necrópole
Necrópole
por Nada (http://cancoesdeumpoetamorto.blogspot.com)
Colho as sombras que perturbam as árvores
No silêncio impenetrável deste cemitério
Bordeado por ancestrais perenes ciprestes
E flores negras rancorosas de fumo ébrio
Ergo os jazigos vazios há muito abandonados
Quando os mortos decidiram caminhar de novo
Por entre os vivos e os seus reis coroados
Pela pura vergonha de seus próprios estorvos
Caminho de túnica e toga neste frio Elísio
Enquanto procuro por minha doce Andrômeda
Que Perseu nenhum pôde trazer do exílio
E à Dama Negra entregou-se vestindo seda
O Sol regojiza-se Negro entre as Mil Cinzas
E a Lua parece fugir em pavor de sua Face
Das nuvens que se lhe estendem como pinças
Arautos da Noite Eterna em pleno desenlace
Eu entrego meu último sopro à mais cruel vida
Preparando-me para sonhar frio em seu lado
Curtos são os meus dias nesta última ermida
Mas por seu Sangue sou no final abençoado
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